maio 24, 2010

Em tempos de copa do mundo ! Vistamos a camisa brasileira, com orgulho!

Estamos a anos luz do acesso à cultura, infelizmente, aqui, temos o que podemos chamar de cultura elitizada.

Ontem, no teatro municipal em Campo Mourão, aconteceu o show Pouca vogal, e como eu gostaria de ter ido... Claro estudante paga meia, um precinho acessível, a mixaria de 40,00 reais e eu como sou casada multiplico tudo por dois, logo 80,00 reais apenas nas entradas, sem calcular a despesa com combustível já que moro a 30 km de lá.
Não é dificil saber porque as "músicas" sem conteúdo nenhum como funk, pagode e aquilo que eles insistem em chamar de sertanejo, e diga-se de passagem é um injúria se comparado ao sertanejo da época dos meus pais e avós, serem cada vez mais aprecidas! Tá na boca do povão, que não tem dinheiro para ir a um show de boa qualidade, mas os forrós e bailes funks estão sempre lotados. Óbvio, lá não se cobra 40,0 reais a meia entrada e quer saber lá nem querem saber se você é estudante ou não, esse tipo de incentivo não faz mesmo o tipo da cultura que se apóia nesse país.
Longe de mim fazer crítica ao governo, até porque de politica e de "politicagem" eu tão pouco entendo. Mas viva o bolsa familia, vale gás e o diabo a quatro!!! E por que não VIVA A PIRATARIA!; afinal quantos podem se dar ao luxo de pagar 12,00 reais na entrada do cinema ? Ah... em Campo Mourão é R$ 5,00 a meia entrada se você for estudante ou funcionário da coamo, pena mesmo é você ter a dura missão de escolher entre uma única opção em cartaz!!! Até porque está ai outra coisa que estamos a anos luz: AS ESTRÉIAS .... Teatro então ... Que piada!
E por ai vai... Os showzinhos mais ou menos, os filmes de má qualidade que nem estreiaram no cinema ainda, são 4 por R$ 10,00, você assiste com a familia e depois empresta para os amigos vizinhos e toda a parentalha..
A minha indignação não é com que os compra ou com quem os vende, afinal estes estão levando o leitinho para os filhos, certo? qual a diferença se eles gritassem no calçadão: Olha a maconha 4 por 10,00 reais só na minha mão; Minha indignação é com quem NADA faz para mudar essa hilariante realidade de "fome zero" e "cultura zero" e, claro, DEDICAÇÃO ZERO também. fazendo um trocadilho bem xinfrinho, sabem como eu me sinto? Um zero à esquerda.... De mãos atadas vendo meus filhos crescendo e achando normal a exibição de filmes piratas nas escolas, também quem compra os originais? sem falar no tal do "Rebolation". Enquanto eu que literalmente rebole para pagar os impostos de um filme original que correspondem a mais ou menos 35,00 reais cada título; Olha mais uma piada! Se eu não pagasse tanto imposto poderia ter ido ao show do pouca vogal ontem.
Mas em tempos de copa do mundo eu vou parando por aqui afinal, onde está meu amor à pátria ? Vou comprar uma bandeira do Brasil, das mais baratas mesmo! daquelas vindas do Paraguai, sem impostos e, colocar na minha janela.

maio 22, 2010

Escolhas

Estive pensando, é mesmo bom que tenhamos livre arbítrio? Se não tivessemos de escolher ou este ou aquele,doce ou salgado, preto ou azul.... E se tudo na vida nos viesse imposto? E se não soubessemos da possibilidade de escolher??

Alguns diriam que seriamos infelizes e insatisfeitos; Não acho! É não acho mesmo, quem não conhece o sabor da liberdade tem medo dela...
A vida seria mais fácil se viéssemos com um manual de instruções que contivesse as regras a serem seguidas para um bom funcionamento. É sim, tipo uma máquina de lavar; Não se deve desprender a mangueira ou ela simplismente recusa-se a funcionar, acende uma luz vermelha e lá vai você ler o manual para descobrir o que fez de errado, tão simples você não seguiu as regras do fabricante.
Imagine só: Eu decido matar aula para sair com as amigas, tão imediatamente se acende uma luz vermelha e só volta a normalidade quando eu retorno à sala de aula, devido a minha programação nesse horário eu não posso sair de lá! Cómico eu sei, mas até que seria mais fácil. É como com a máquina de lavar, problema meu se quero desprender a bendita da mangueira, não vai funcionar assim, diz o fabricante.
 assim seguiriamos a vida"programada", sem muitas surpresas, basta que leiamos as insruçoes e pronto!
Esse negócio de poder escolher não dá certo, a gente nunca está satisfeito. Quero doce e não salgado, quero quente e não gelado... E ai fica sempre aquela dúvida e se eu escolher errado?
Poderia ser mais simples então, poderiamos ter liberdade de escolha por um periodo de testes e se não estivesse bom, escolheriamos tudo outra vez... Sei que você está pensando que essa liberdade existe, e eu concordo, mas não livre de culpas, de arrependimentos. Se escolho errado tenho que arcar com as consequências das minhas escolhas.
Tem horas que eu gostaria mesmo de ter as minhas ações pré-estabelecidas sem poder contesta-lás, Mas ai outros "se's" iriam surgir e me pertubar.
Não quero ter que escolher, mas não sei se quero que façam isso por mim... Talvez fosse mais fácil se tivessemos menos opções no nosso "eixo de seleção" ou se algumas peças pudessem ser combinadas sem problemas, ou sem causar estranheza. Mas quer saber, tudo bem o livre arbítrio existe e embora possa parecer contraditório problema meu se eu decido combinar saia verde e blusa laranja com lindos sapatos roxos. Desde que eu aceite as consequências das minhas escolhas, e esse é o único "defeito" do livre arbítrio...

maio 11, 2010

Mãe...

Ao ler o post do amigo Jadi no blog Observância eu revivi a minha infância... E nem faz tanto tempo assim, mas parece que a gente esquece, sei lá uma espécie de baú que não se mexe porque tem muito pó! Muitas vezes vi mamãe ajoelhada clamando a Deus por um pouco mais de resistência pra suportar a vida tão dura e difícil, me identifiquei com a historia dele, papai também viajava muito e quando não estava viajando trabalhava tanto que mal tinha tempo pra nós. Lembro-me dos sacrifícios deles, de tudo como se realmente tivesse sido ontem.
Poucas vezes também eu vi meus pais irem à igreja apesar de sua fé indiscutível, só não sei dizer em que momento eu perdi a minha capacidade de crer sem ver, sem tocar... E como diz o amigo Jadi "como faz falta" ...
As dificuldades não acabaram, mas comparando com aquele tempo está tudo muito melhor, mamãe ainda continua crendo que Deus sempre proverá... E eu também, apesar de as vezes (na maioria das vezes) não merecer.
Talvez o maior ensinamento de minha mãe tenha sido esse "Acredite em Deus".
Aprendi, depois que me tornei mãe, qual o verdadeiro valor das noites em claro, das horas de joelhos, das preces intermináveis para que os filhos não tenham mais cólicas, para que a febre baixe, para que não se tenha mais reclamações da direção da escola ( e nisso minha mãe tem muita experiência) depois para que não ande em má companhia, que não namore escondido, que chegue em casa cedo ou que pelo menos chegue em casa. Infelizmente eu só aprendi a dar valor na minha mãe depois que tive os meus filhos e felizmente antes que eu a perdesse...


maio 06, 2010

E se eu fechar os olhos ainda posso te ver... O brilho do olhar e a voz suave.
Me lembro bem, eu já te conhecia, mas naquela tarde de maio, e as vezes eu penso que nem foi naquela tarde, eu já te amava a tanto tempo.
Mas naquele dia seus olhos brilhavam mais, a sua voz tinha um tom que enfeitiçava e as palavras que você dizia me tiravam o chão, a paz, o ar... Será que você não vê menina ?
Sim eu via, mas não queria estar certa de que aquilo estava mesmo acontecendo, amores impossiveis de acontecer, mas porque impossivel se estava ali bem diante de mim? e Junto com as palavras, com o chão e o ar eu perdi também o juízo e certamente você também.
Naquele inverno nada parecia triste ou cinzento, naquele inverno nada estava frio e todos os amores eram possiveis...
Planos e enganos... existem amores eternos ? Eternos enquanto duram, e quanto duram ? O suficiente para deixar marcas inapagáveis, então hoje quando eu fecho meus olhos, e mesmo de olhos abertos eu ainda te vejo, me olhando, tocando meu rosto, sorrindo de um jeito que eu nunca mais vi, ainda sinto o teu perfume, as músicas cantaralodas ao pé do ouvido e as cartas que juravam um amor sem fim.... Não existe amores sem fim, fato.
Aquele inverno passou e junto com os ventos frios de agosto, setembro uma nova realidade... Impossível!!! Impossível viver com você, impossível viver sem você, agora eu já tinha certeza que te amava o suficiente para enfrentrar o inverno ainda que frio e a primavera ainda que não tão florida e todos os verões e outonos por mais dificeis que pudessem ser, mas eu tinha certeza também que te amava tanto, a ponto de nunca querer te ver sofrer, e eu vi... Não foi minha intenção e a cada lágrima tua eu sentia uma punhalada no peito.
E outubro chegou, um adeus mudo deixou no ar aquilo que não queriamos aceitar. Separados enfim ? Nossos corpos se encontraram outras vezes mas agora os dias passavam cada vez mais depressa e a falta que você fazia torturava. O tempo passou e tanto tempo depois ainda me pego pensando em você, naquele sorriso bobo, as músicas que fazem parte de uma história.
Eu ainda te procuro em meio a multidão, eu ainda te vejo nos rostos desconhecidos eu ainda sinto teu cheiro e penso em você todas as noites de antes de pegar no sono.
Nossas almas na verdade nunca se separaram, e nossos corações nunca aceitaram a distância que se impôs, se impôs pela impossibilidade, pela falta de coragem por amar demais, mas nunca por falta de amor.
E foi por amor que eu tentei sair da tua vida, foi por amor que eu tentei tirar você da minha vida e foi por amor que eu não consegui...
E naquele outubro, naquele adeus sem palavras, apenas sentido pelos dois e por mais ninguém, eles quiseram nunca mais amar...
E outros maios vieram... outros invernos tristes e frios e depois outros agostos e outubros.
E de fato ela nunca mais amou... Ninguém!!!!