março 01, 2014

(im) Previstos


Nós tínhamos a química e a física exatas, falávamos as línguas do amor, do olhar e até a de sinais. Éramos a matemática perfeita, se somados, multiplicados, divididos ou mesmo subtraídos, resultávamos sempre na fórmula exata. Contradizíamos a biologia, obviamente, por sermos de espécies tão desiguais. E assim, nossos corpos naquele colchão faziam arte. Moderna, contemporânea, barroca.  Contestávamos a astrologia, reescrevíamos a história a bel-prazer e em nossos contos de fadas só existiam finais felizes. Juntos éramos bons até mesmo em meteorologia, pudemos avistar a tempestade que se aproximava, primeiro lentamente, tornando-se um furacão. Nós previmos o vendaval, mas trazíamos dois guarda-chuvas.

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