outubro 28, 2011

Almas, Sonhos, Vidas, Amores aprisionados...

Fernanda sonhou noite passada que conseguira romper todas as correntes que a aprisionavam, acordou ofegante, no sonho ela quebrava as correntes e corria, corria pra muito longe dali. Não olhava para trás, algumas coisas precisam simplesmente ser abandonadas, outras não são permitidas. Fernanda sonhou a vida inteira e em seus sonhos o mundo era todo azul.
Aconteceu que nesta manhã ela deu-se conta da tolice dos sonhos, deu-se conta do peso das correntes, tentou entender o motivo de não livrar-se delas, correntes, ainda que psicológicas aprisionam e estar aprisionado dói.  Quis acordar.
Primeiro passo. Acordar...
Existem pessoas que passam a vida toda em total inércia, acreditando que estão acorrentados a algo ou a alguém, não estão.
Outras até livram-se das correntes, mas jamais conseguem chegar até a porta e sair. Estar preso pode ao mesmo tempo em que acorrenta trazer segurança, quando as decepções são conhecidas e limitadas o antídoto é naturalmente produzido, com o tempo já nem pesa mais.
Imaginem só, se viéssemos com um botãozinho escrito “ejetar”... Um toque e estaríamos livres, porém, algumas pessoas não sabem voar, pousar em segurança, caminhar sozinhas. Estar acorrentado para estas pessoas significa mais, significa estar seguro, limita-se a ficar em território conhecido e nunca conhecerão o jardim ao lado, pois a corrente não chega até o muro.
De que você tem medo? Você não sabe voar?
Talvez tenha medo de apaixonar-se pela liberdade e livre nunca mais querer voltar.
De que eu tenho medo? Bem, eu tenho medo de perder, nunca soube lidar com as perdas. As minhas correntes ainda que me aprisionem e pesem me fazem saber quem estará sempre ali, de certa forma acorrentadas a mim... Você está sempre ali, ao alcance dos meus olhos, atento aos meus chamados, ainda que furioso me diga às vezes que me odeia e que nunca mais voltará. Atende aos meus chamados no primeiro toque, suavemente me diz “oi” e desmancha-se se digo “senti sua falta”, não importa quanto tempo ficamos sem nos falar. E quando eu te vejo, ah... Quando eu te vejo...
Eu não posso me livrar das minhas amarras, existem ali sentimentos e pessoas que eu simplesmente não saberia como deixar sem olhar pra trás. Sinto muito. Mas eu quero afrouxar aquelas que te prendem a mim, juro eu não me afastarei, visto que minha covardia não me deixa me aproximar do muro e ver as belezas de outros jardins, eu já tentei. 
Eu te solto, assim, aos poucos... Combinado? E você se vai, se quiser... Se voltar, não são as correntes que nos prendem, é o amor.
Eu me aprisiono, covardemente tenho medo do desconhecido, mas quero acorrentados a mim apenas os que estiverem ali por me amar. Afinal, não existe outro motivo, pra sentar ao meu lado e ficar, ou me amas ou és louco.
Me diz, o que te prende ?

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