janeiro 21, 2011

Suicídio...



Do alto da roda gigante sentia o mundo aos seus pés. Escrevera duas cartas uma  a familia e uma aos amigos explicando o porque de não querer mais viver.
- É inútil tentar esquecer, é impossível viver em paz sem ele, por isso eu não quero mais viver... Dizia.
O papel amassado e a tinta borrada da caneta azul  deixava a nítida sensação de que ela não estava certa da decisão tomada. 
Ainda assim colocou as cartas no correio, para que não fossem descobertas antes do tempo desejado, endereçadas uma à sua mãe e outra à melhor amiga, certificou-se de não ter errado o endereço, reviveu em sua mente alguns bons momentos e caminhou rumo ao parque de diversão.
Quem iria imaginar um suicídio ali ? A velariam pensando ter sido um acidente, provavelmente pensariam em processar a direção do parque, receberiam a carta dias mais tarde e não sentiriam raiva dela por ter acabado com sua própria vida pois estariam ainda anestesiados pela dor. Com o tempo eles me esquecerão. Pensou.
Estava  com o seu vestido amarelo de flores grandes, ele adorava quando ela usava e essa era mesmo uma ocasião especial.
Comprou o ingresso, o moço da cabine ainda a alertou da promoção:
- Se a senhorita levar 4 saem por R$ 10,00.
- Não precisarei mais deles depois que subir naquela roda gigante, sussurrou. Um por favor!
Caminhou até a fila, esperou os 15 minutos mais longos de toda a sua vida, mas estava decidida, a única coisa que a faria desistir seria ouvir a voz do seu amado pedindo pra lhe acompanhar no passeio, o que ela sabia que não aconteceria, ele já a havia esquecido.
Chegou a hora, subiu no brinquedo, sentou-se sozinha e colocou a bolsa no lugar ao lado para que ninguém pedisse pra sentar com ela, provavelmente desistiria se tivesse alguém ali pra contar que ela havia pulado.
Lá em cima sentia náuseas, nunca gostara mesmo de altura, precisava saltar depressa.
O destino estava a seu favor, a roda gigante fez a costumeira parada justo quando a cabine dela estava no ponto mais alto.
Soltou a trava de segurança, gritou o nome dele pela última vez e um eu te amo que ecoou no horizonte, por um instante o mundo parou a observa-la. Pulou.
Sentia o vento bater no rosto e lhe deu de repente uma sensação de estar viva. Seu corpo flutuava no ar, as pessoas olhavam desesperadas a sua queda. Arrependeu-se.
Tentou parar a queda, tentou voar, pensou em uma maneira de aterrissar. Em vão, tarde demais.
A queda tornou-se lenta, dolorosa, assustadora... flutuava, flutuava... rodopiava no ar e não atingia o chão nunca. Não imaginava estar tão alto quando saltou.
Sentiu o desespero de um suicida ao colocar a corda no pescoço, chutar o banco e se arrepender. Restava esperar pela morte, ou na melhor das hipóteses que Deus a ouvisse e não a deixasse morrer, suplicou, já que cair agora era inevitável.
Gritou, chorou, pediu por socorro, desesperou-se.
Acordou.
Tocou seu rosto pra ter certeza que estava viva.
Não vale a pena morrer de amor!!!

   
   



2 comentários:

  1. Se vc empurasse o cara da roda gigante eu até ajudaria, mas ainda bem q era sonho, morrer por amor não tem condição... a não ser q seja peos pais, irmãos, parentes (especiais), amigos, ou talvez..... enfim..... UFAAAAAA....²

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