maio 12, 2013

Quem sou eu? Decifra-me ou te devoro...


Eu sou assim, meio síndrome de Gabriela, meio metamorfose ambulante... Bipolar e depressiva diagnosticada e medicada... Passei meses de colchão e lágrimas. Descobri que as dores internas da gente ninguém nota. Se eu tivesse tido um câncer terminal essa cambada de hipócrita teria vindo me visitar pra sentir menos remorso depois. 
Já tentei me matar, acho que não era pra ser, mas se eu tivesse conseguido teriam ido ao meu velório, chorado e dito: "era tão boa" "parece que está dormindo" e depois da obrigação cumprida, dividiriam o valor de uma coroa de flores e iriam pra suas casas, com  a consciência tranquila... Ah! Colocariam uma nota no site oficial da faculdade que eu causei tanta intriga nos últimos 4 anos... 
Não tenho medo de viver, mas nos últimos tempos não tenho sido muito eu... Tenho poucos amigos, raros e caros... Se você faz parte deles não tenha dúvidas eu amo você.
Não sou religiosa, mas grito ai meu Deus toda vez que a coisa aperta. Meus filhos são a minha vida e nos últimos 12 anos todas as decisões que tomei foram em função deles. Cara! eu já fiz muita merda nessa vida, mas como eu cresci. 
Tô mais perto dos 30 que dos 20 e me sinto renovada, apesar dessa doença que me tomou um ano todo, talvez 4... 
Não sou normal, não sou comum e até hoje não descobri o que é essa tal de felicidade... Na minha teoria ela é feita de alguns momentos raros e custa caro pra caramba. Também aposto que a humanidade inteira é triste e passa a vida procurando algo que nunca encontra. 
Eu acredito que exista uma espécie de Nárnia por ai, não faz sentido passarmos por aqui pra agradar ou desagradar, brilhar ou passar despercebido e só! Todos os dias eu fecho os meus olhos e viajo para um mundo só meu. 
Sou leitora, "escrivinhadora", não sou fútil, nem fresca! Sim eu mato barata... canto alto a música com a letra errada, dou gargalhada nas horas mais impróprias, conto piada sem graça e fico braba se você não rir, trabalho 12 horas por dia se preciso for, cozinho, faço doces e faço doce... rsrs, sou uma mulher completinha e completamente diferente de qualquer uma que você já viu por ai.
Tenho poucos arrependimentos, um deles é não ter escutado mais os conselhos de um amigo muito especial, mas o último que ele me deu foi: Trace metas e tenha planos... Foi mais ou menos isso, o que só confirmou a minha teoria de que tirando amor de mãe (algumas) o resto é pura conveniência... 
Quer saber, um dia eu boto duas camisetas numa mochila e saio descobrir a que vim, mas enquanto não posso, informo que estou dando a volta por cima, sacudindo a poeira e tentando de novo.
Sempre ouvi as pessoas me dizerem que eu sou (era) guerreira, que tinha foco, garra, fibra... Hoje eu tenho uma necesserie de remédios controlados na bolsa. Como eu cheguei aqui? Agora eu sei que eu mesma coloquei cada tijolinho do muro que me separou do mundo por um pouco mais de um ano... 
Eu ainda não achei a minha força, mas quando eu vi a foto da minha filha num voo livre do sofá ao chão, lembrei que eu também posso voar, eu tinha tantos planos pra voar alto, eu tinha tanto potencial... 
Nesse momento eu tenho força de vontade... Espero que me baste... Queria ter fé, mas a gente vê tanta injustiça nesse mundo que eu guardei a minha em algum lugar... 
Do tempo que perdi, sinto muito... Das pessoas que perdi, sinto mais ainda, por eles... 
Eu não tenho medo de ameaças e adoro um desafio então, cuidado onde pisa, não vem pensando que me conhece que você só sabe de mim o que eu permito que você saiba. 
E quando eu decido que eu quero uma coisa, eu vou à luta e consigo, não desisto... Não desistirei mais... 
Das pessoas que magoei, algumas merecem que eu peça perdão, outras são como diz minha avó: "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento"...
Cabe a você decidir se sou merecedora ao menos do seu respeito, cabe a mim os meus erros e acertos. 
Sem mais.

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