setembro 20, 2011

Amor próprio, modo de usar ?


Às minhas amigas bandidas

Não há nada mais ridículo que ficar olhando para o telefone esperando que ele toque, ficar olhando pra porta, esperando vê-lo entrar então...
Sentadas naquele bar, mudas, as três sabiam bem o que passava na cabeça uma da outra, ainda que até o momento a conversa pouco tinha fluído. Vamos combinar que ao som daquelas músicas ficava difícil não calar.
Conversávamos com o olhar, esperando que a outra desse início à conversa.
-Meu suco está demorando...
-É foram plantar as laranjas...
-Beba um Chopp com a gente!
-Não, to tomando remédio.
Vez ou outra o celular tocava, era mensagem e os olhos dela brilhavam... Eu podia sentir o cheiro do pavor dela em descobrir o que ele escrevera desta vez.
Homem é um ser estranho, depois dizem que nós quem somos complicadas, de qualquer forma estava divertido formular respostas para as mensagens idiotas que chegavam. Ele é bom também nas respostas, isso dá raiva.
Incrível como podemos antecipar os pensamentos uma da outra, talvez vocês não entendam, mas tem coisas que são desnecessárias dizer.
Sem perceber já estávamos dando conselhos, hoje era eu a "pés no chão", então sob efeito do álcool (que nunca precisa ser muito), elas divagavam sobre como é frustrante o amor próprio, que sempre que se faz o que se "deve", fica com gosto amargo na boca, como se pudesse ter sido diferente e que no fundo o que elas querem mesmo é o cara errado, a topada na porta, o partir do coração. Assim sofreriam com a certeza que tinham vivido  o que desejavam.
Eu discordei completamente, disse que amor próprio nunca fez mal a ninguém, que elas deveriam aprender a usar também e que algumas cenas eram patéticas... Eu dando esse conselho era uma dessas cenas, patéticas...
Decidi então que escreveria um texto no dia seguinte, "Amor próprio, modo de usar".  Descobri que eu também não sei.
A noite termina em risos, vídeos (que sumiram do meu computador por sinal), como é bom saber que vocês estão ali, sempre perto, é bom saber que não preciso confiar-lhes os meus segredos, vocês me apoiam. Como é bom dividir um edredom, uma barra de chocolate, uma garrafa de vinho barato, parte de uma vida, uma história.
Aprender juntas a amar mais, a amar direito.

3 comentários:

  1. Que lindo, que lindo, que lindo. Eu ainda não aprendi a usar o amor próprio, às vezes eu tento mas desconfio que uso mais do que deveria ou em doses menores que as indicadas. Enquanto eu não aprendo, vou seguindo os conselhos de amigas q tmb não sabem usá-los, alguns dias uma sabe mais, no outro não sabe nada. Pouco importa, o essencial é o momento e a intenção.

    Amoo minha amigas

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  2. It`s perfect! o meu amor próprio é igual ao meu juízo, eu acho que eu até tenho, só não sei usar, rs. Afinal, existe algum lugar onde se vende amor próprio e que venha junto um manual de instruções que diga como usá-lo, quando usá-lo e com quem usá-lo? porque acho que o meu acabou e o meu estoque esgotou, rs.
    Acho, na vdd, que o amor próprio é condicionado pela situação e dosado pela razão ou pela emoção...

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  3. Já eu to me amando muiiiiiiiiiiiiiiito!!!!!

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