julho 06, 2011

Paisagem, passagens, caminhos, solidão...


Havia sol quase todos os dias. 
Outros céu nublado, chuva, chuvisco, tempestade, arco-íris...
Havia sempre transito parado, sinal fechado, gente apressada, mãe segurando criança pela mão, onibus lotado, buzina, carro quebrado.
Não precisava sair de casa para que pudesse descrever detalhadamente cada som, cada cor, cada passo.
As flores no caminho, as cores das fachadas...
Hoje o dia estava ensolarado, seu coração ansiava por algo que não compreendia.
Talvez estivesse apenas cansada da regularidade dos dias. 
Sol, algumas vezes chuva, olhares furtivos, abraços apressados, beijos roubados. Pareceu-lhe tudo sempre tão igual.
Ou então, estivesse cansada de dividir com o mundo esse cenário diário onde de fato nada era seu.
Caminhava entre a multidão e sentia-se tão só, tão diferente, destoante da paisagem.
O coração desejava paz, boa companhia, simplicidade, tempo...
O coração queria tempo. Era isso! E tempo era uma coisa que ele não tinha para ela, pensou.
Fingia não  importar-se em viver assim, onde TUDO e NADA lhe pertenciam...
Mas a verdade era que importava-se sim.


Eu não aceito nada, nem me contento com pouco - eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo!

Caio F.

Um comentário:

  1. talvez tudo o que precisamos é de tempo. O tempo é aliado, apaga o efêmero e acaba com as dúvidas...

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