junho 01, 2013

Mais um ano sem o seu riso...

Sempre que me lembro da tragédia que foi a sua morte, não penso nos possíveis diagnósticos, nem mesmo no choque inicial que foi ouvir, às 3:00 da manhã "Kate a Duda morreu" ou no choque posterior que foi sentir a sua falta dia pós dia e em todo sofrimento que sua partida ainda traz. Em vez  disso penso me vejo relembrando os momentos corriqueiros da nossa vida juntas, seu riso fácil, seus conselhos imponentes, seu jeito "eterna menina" de ser. Momentos que passaram despercebidos e que possivelmente jamais seriam rememorados não fosse a fatalidade de te perder tão jovem ainda.
Um consolo para nós é que sabemos que você se foi fazendo o que mais gostava: VIVENDO! Hoje, após dois anos, eu posso imaginar como foi o seu dia naquele dia... Fez as unhas, sempre sozinha, deu um retoque na sobrancelha  tomou seu costumeiro banho demorado, catando cada fiozinho de cabelo que ficasse na sua pele antes de se enrolar na toalha, até seu jeito de se enrolar na toalha era singular... Arrumou os cabelos, passou horas fazendo a maquiagem, escolhendo a roupa, o sapato... Sempre alto. Tá, eu sempre duvidei do seu problema no joelho, eu com metade da dor que você dizia ter, não pararia uma hora naquele salto, você bailava a noite toda, aliás, você bailava a vida... 
Suas unhas vermelhas, seu cabelo fino e cheiroso, seu perfume inconfundível... Eu sempre disse que suas coisas tinham o seu cheiro, por isso talvez, eu não consegui ficar com nenhuma peça sua pra mim, sentir seu cheiro todos os dias seria tortura... Mas eu vi o seu vidro de perfume na casa da mãe, viajei aos meus 13 anos, sim eu passava escondido... No meu íntimo eu sempre quis ser Duda, a destemida! Hoje quando dizem que você se foi, mas me deixou no seu lugar (pelas manhas e manias) eu me sinto é orgulhosa. Quisera eu, apesar de todos os seus erros, ter na minha vida a metade dos seus acertos, ter um terço da sua coragem, da sua garra e determinação.
Esssa noite eu perdi o sono, temos mais coisas em comum que eu poderia supor, mas enfim, perdi o sono e peguei o celular para olhar que horas eram e se faltava muito para o dia clarear, vi a data e consequentemente o mês. Comecei a chorar.
Que ironia do destino! Deus te levou no mesmo mês em que minha mãe nasceu, pior... Um dia depois... Acha pouco? Sua primeira neta nasceu no mesmo mês. Ela vai completar um ano e é linda, eu sempre quis que ela se parecesse com você, mas não precisamos de motivo algum para te lembrar.
Eu queria tanto que você ainda estivesse aqui... Tem gente precisando de você sabia? Do seu extinto leoa de ser mãe e proteger os seus.
Eu queria tanto voltar naquele dia, maldito dia que eu não me
despedi de você com um abraço, mesmo sem dizer, você sabe não é lá muito meu tipo, mas eu queria que você sentisse que eu te amava muito. Eu queria ter comprado uma rosa e te dado, nas suas mãos, não naquele maldito caixão. Aliás, passamos o batom errado em você, desculpa, eu sei que você preferiria o vermelho.

Eu queria saber como eu faço pra enviar essa carta pra você.

Eu queria você de volta.
Luto e saudades eternas.