junho 29, 2011

E isso era tudo...

Ela o amava.

Ele a amava também.

E ainda, que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.

Caio F.

junho 24, 2011

Mas aí, daqui uns dias.... você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. 
 Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."
Tati Bernardi

junho 20, 2011

Os Causos da minha avó...

Nunca fui muito de reclamar da vida, daquilo que eu não tenho e gostaria de ter... Sempre tive essa cara de nojo mesmo e, por isso as pessoas pouco desconfiam dos perrengues que já passei na vida.
Mas não vem ao caso.
Acontece que dia desses, eu estava no hospital ajudando como posso a minha tia que está com o filho internado há 20 dias ou mais, devido um acidente de trânsito, o que também não vem ao caso.
Estavamos eu, ela, minha avó e o primo doente, óbvio. Não me lembro muito bem qual o assunto, sei que a conversa pendeu para o fato de que minha tia estava com fome naquele momento e a moça da cozinha havia retirado o café da manhã, que ela nem tinha tocado porque não sente fome pela manhã.
Então minha avó sugeriu a ela que guardasse sempre as sobras que pudesse na bolsa.
Sempre gostei do modo como a minha avó conta "causos" como ela mesma diz.
Naquele dia ela começou a me contar que certa vez, um dos treze  filhos dela estava doente e ela o acompanhou no hospital por 9 dias até que ele veio a falecer.
Então ela me dizia, que todos os dias vinha pela manhã 1 pão cortado ao meio e leite com café, a tarde um pão e meio e leite com café.
Ela dizia :
- Então fia, como eu tinha os outros pequenos, eu comia meio de manhã e colocava na "borsa" a outra metade.
-A tarde eu fazia o mesmo, comia meio e guardava um inteiro. Quando vinha alguém me visitar eu dava a sacolinha pra levar pão "pros pequeno", porque eu sabia que "na casa" não tinha. 
-Fazia o mesmo com a Carne que vinha na hora do "armoço" e da janta, a comida eu comia, pois não dava "di levá" mas tudo que eu podia eu guardava pra eles. 
Minha tia interrompe nessa hora com um riso e diz:
- Nunca comemos tanto pão! Carne nem sabiamos o que era.
Eu tentei disfarçar a emoção. Pensei em quantas vezes praguejei por não ter isso ou aquilo e me lembrei de que nunca meus filhos passaram por esta situação.
Minha avó é uma mulher muito sábia, muito sofrida e nada que tenhamos passado de necessidade na vida chega perto de tudo o que eu vi ela passar.
Até poucos anos ela morava numa casinha de chão... Não que more em uma casa linda hoje, mas... 
Me lembro dela chorando dia de natal por não ter o que comer e dar aos filhos, lembro de quantas vezes iamos eu e minhas tias buscar osso no açougue (doado, claro), para ela fazer sopa. Era o que mais se aproximava de carne... Ou então os passarinhos que meus tios, moleques na época, insistiam em matar.
Se fosse contar essas estórias, passaria dias e certamente não contaria tudo...
Tudo isso para dizer o quanto eu sinto pena de pessoas pequenas que querem ser mais do que são, que se importam apenas com o que podem comprar... 
Tudo isso para dizer que sinto muito orgulho da minha avó, das minhas tias e dos meus pais...
Mãe nenhuma merece ver os filhos passar fome.... 

junho 17, 2011

LUTO, SAUDADES ETERNAS...


"É tão estranho, os bons morrem jovens... Assim parece ser, quando me lembro de você, que acabou indo embora cedo demais..."



Maior que a Dor de saber que nunca mais verei o seu sorriso, é pensar nas tantas coisas que eu ainda tinha para lhe dizer, nas tantas que eu tinha para aprender, nas tantas que vivemos juntas e não voltam mais.
Maior que a dor de saber que você se foi e eu não lhe disse o quanto lhe amava, é saber que eu tive a chance e nem me lembro as últimas coisas que eu lhe disse.
Mas ainda maior que a dor de perder você, é a felicidade de saber que na última vez que nos vimos, você se despediu de mim com um sorriso lindo, inigualável...
Riu de uma das minhas piadas bobas, você sempre ria...
Eu sempre amarei você, eu sempre me lembrarei do quanto você era debochada, do quanto era única, singular, especial...
Vai nos fazer muita falta, vai deixar muita saudade...
 "Vá com os anjos, vá em paz"...   

junho 09, 2011

Sobre o bem que faz um olhar...


De qualquer modo, era estranho sentir novamente aquele friozinho na espinha...
E era mais estranho ainda perceber que, depois de tantos anos, tentando meio que  à força livrar-se dos fantasmas que assombravam o quarto vazio, resolveu abrir os olhos e enfrentar o medo do escuro... Os fantasmas não estavam mais lá. Olhou embaixo da cama, sacudiu os lençóis, abriu os armários e olhou atrás das cortinas velhas, amareladas pelo tempo... Nada, ninguém.  Estava só, ela e o sentimento de liberdade que a tomou no exato momento em que sentiu-se LIVRE para re-amar. 
E quem melhor para amar que a si mesma ?
Tratou logo de despir-se do "luto psicológico" e sem medo dos armários e gavetas, colocou seu vestido mais bonito, sentiu-se bela. 
Fernanda saiu do quarto vazio e foi viver... 
Os fantasmas? Se os encontrar, livre-se deles. Eu não mando lembranças.

P.s: A gente se vê por aí...   

junho 08, 2011

"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -, você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade..."
C.F.A 

junho 06, 2011

Sábado a noite tive mais uma dessas "missões" de ser mãe... Festinha junina da escola, vamos combinar, ninguém merece!!!
Gente de mais, paciencia de menos, enfim...
Além claro, da dancinha dos meus filhos, vestidinhos de caipira, acho graça das professoras todas, vestidas à carater, "dançandinho" lá na frente pra que os aluninhos não se percam, ou até talvez, para que sintam-se menos envengonhados...
Passei a festa toda observando-as e pensando no quanto eu me sentiria envergonhada se estivesse no lugar delas. Acho que a gratificação que elas tem é saber que, até então, a figura do professor é motivo de orgulho, que são tidas como exemplo, tanto nas coreografias, quanto na vida deles, que ainda pensam : Minha professora é o máximo!
Deve ter sido em um momento desses que eu decidi ser professora também.