outubro 26, 2010

Tic tac, tic tac...

O cenário é lindo!
O som das folhas e dos passáros, da água e das pessoas caminhando; eu chamaria de paz não fosse a solidão que me deixa inquieta a olhar todas as cores da primavera,  estação em que as pessoas estão felizes, felizes porque o sol finalmente surgiu e o céu ganha uma cor inexplicável.
Através dos meus óculos escuros eu, deitada na grama, observo a cor do céu. É azul! Não  vejo exatamente o tom que ele tem porque preciso da proteção dos óculos para olhar para o sol, mas eu sei quais as suas cores, já as vi tantas vezes. 
Deitada aqui continuo a ouvir os sons e imagino o que se passa na cabeça dessas pessoas tão despreocupadas, eu estaria em paz não fosse a falta que você me faz. 
Como as cores do céu que eu já conheço e já vi tantas vezes é a nossa história de amor, eu já sei todos os caminhos, todos os começos e finais, sei até as palavras que você vai usar pra me trazer a paz que sua partida leva, sempre.
Aqui por alguns momentos eu posso me esquecer do tempo, tempo que passa contra a vontade. Uma lágrima cai, já não sei se de tristeza ou de saudade... Não sinto mais dor quando sinto a tua falta, é que já faz tanto tempo.
O tempo, a quanto tempo estou aqui ? as pessoas passam por mim e não podem me ver chorar, o mesmo óculos que uso para me proteger da luz as vezes pertubadora do sol, me protege de certa maneira de me expor a olhares curiosos e as vezes piedosos.
Antes era mais dificil não pensar em você e não era preciso o azul do céu, não era preciso fechar os olhos e o tempo passava vagarosamente quando eu não sabia onde você estava. Hoje me conforta saber que em algum lugar o mesmo céu azul te faz companhia, o mesmo sol te aquece e as mesmas lembranças lhe arrancam uma lágrima vez em quando, se você fechar os olhos e pensar em mim. 
Parei de contar os dias, parei de olhar as horas.
O tempo apaga todas as cores. Todas as lembranças.
Tiiiiiiiic taaaaaac, tiiiiiiiiiiiiic taaaaaaaac,tiiiiiiiic taaaaaac, tiiiiiiiiiiiiic taaaaaaaac, tic tac, tictactictac, tictac tic.. ti.. t...
 
 

outubro 01, 2010

Ecos de saudade.

E então ela fechou os olhos e sentiu aquele cheiro outra vez... Um cheiro de pecado, de amor proibido de perca de sentidos.
Há algo nele que a leva pra tão longe que a volta à realidade se torna quase impossível.
Abre os olhos e ao redor tudo faz lembrar, os sons, os gestos e o sussurar no ouvido das palavras que desde aquele dia ecoam como se nunca antes tivessem sido escutadas, Meu amor... 
Algumas coisas tão íntimas, tão de dois que quase são de um só, a respiração ofegante, o suor e o medo numa sensação que não se explica e não se entende.
Uma sincronia perfeita, tão perfeita que ambos ainda custam a acreditar.
Perderam o juízo, perderam a razão mas ganharam algo que poucas pessoas sentem tão completamente: Felicidade.
Talvez nunca mais se encontrem, nunca mais se beijem e se amem, mas toda vez que qualquer um dos dois fechar os olhos irão sentir o mesmo acelerar de batimentos e o faltar do ar, do chão.
Irão abrir os olhos e ainda continuar sentindo tudo aquilo que o tempo (ou a falta dele) e a distância não conseguem apagar, nem ao menos diminuir. Sufoca, escapa, grita! Ninguém escuta, ninguém vê, ninguém mais sente além dos dois e talvez, daqueles que possam olha-los dentro dos olhos, cujo brilho reflete a alegria das mais doces palavras, ditas apenas uma vez, porém sentidas ainda e quem sabe pra sempre por dois, que por alguns instantes foram um. 
Saiu, fechou a porta e abriu os olhos, vez em quando faz o inverso, fecha os olhos e abre a porta como se de alguma forma aquele momento pudesse voltar, como se as doces palavras pudessem ser repetidas com a mesma intensidade... Meu amor...